É hora de ter calma e estudar

Ela recomenda calma aos concurseiros. Acredita que o governo não levou em consideração características importantes do serviço público federal, como o percentual de 40% de aposentadorias estimadas para 2011 e 2012. ´Vai haver um estrangulamento da máquina se essas pessoas se aposentarem e ninguém for para o lugar delas.` A diretora da Anpac também reforça que há concursos (INSS, Polícia Federal, por exemplo) considerados de segurança nacional. Não fazê-los iria repercutir profundamente no atendimento à população. Sobre outros adiamentos - como o do concurso para o Senado, confirmado ontem - ela adota outro tom. ´Com o presidente que está aí (José Sarney), podemos esperar qualquer coisa.`
O concurso do Senado era um dos mais aguardados, por conta dos salários gordos, que podiam superar R$ 20 mil. Diretor do site euvoupassar.com.br, o professor João Antonio Carvalho está menos otimista. ´Aquela restrição de 2008 foi menor do que esta. O Lula gastou demais e agora o governo vai ter que segurar mesmo.` Ontem, em reuniões com a ministra do planejamento, Miriam Belchior, os ministros já começaram a discutir os cortes. Entre os concursos já que teriam ido para a gaveta estão o da Previdência, do Ministério das Relações Exteriores, do Comando da Aeronáutica.
Sem desespero
Apesar de acreditar que Miriam Belchior vai mesmo cumprir a promessa de ´olhar com lupa` as novas contratações, Carvalho procura tranquilizar os concurseiros. ´A orientação é que a pessoa continue estudando.` O princípio dele é o seguinte: já que não vai ter concurso agora, dá para se preparar melhor. ´Talvez seja o caso de reformular o horário de estudo, rever um assunto que ficou esquecido. Mas é preciso estar preparado para quando o concurso vier.` Tanto ele quanto Flávio Ferreira, professor do cursoIsoladas.com, chamam a atenção para os concursos estaduais e municipais. Não custa destacar que eles não foram afetados pela medida do governo federal.
Quem já fez o trabalho pesado, passou no concurso e agora espera ser chamado, precisará de paciência. E, talvez, de ajuda da Justiça. Segundo Maria Thereza Sombra, o candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital poderá entrar na Justiça com um mandado de segurança para garantir a nomeação quando o prazo estiver chegando ao fim. ´O direito é líquido e certo`, garante a diretora executiva da Anpac, que prevê uma enxurrada de ações.