terça-feira, 3 de maio de 2011

Pernambuco

Nos dois primeiros dias de maio choveu 34% do esperado, diz Lamepe

Nos dois primeiros dias de maio choveu 108 mm, 34% do esperado para o mês inteiro, que é de 320 mm. É o que aponta o Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe), cuja previsão é de mais chuva, pelo menos até a próxima quinta-feira (05) em todo o Estado. No mês passado, não foi diferente. Nos últimos 100 anos, entre os meses de abril, este foi o segundo mais chuvoso: 664 milímetros. Só perdeu para abril de 1973, quando choveu 771 mm.
A coordenadora do Lamepe, Francis Lacerda (foto), explica que o primeiro motivo para tanta chuva é a temperatura do oceano, que está próxima dos 30 graus. Isso faz com que a água evapore e forme nuvens em poucas horas, são as chamadas “cumulus nimbus”, que favorecem as pancadas de chuva com relâmpagos e trovões. O outro motivo é um fenômeno no Oceano Índico chamado oscilação de 30-60 dias.

“A atmosfera influencia as massas de ar, é como se fosse uma onda, há uma propagação dessa onda, ela movimenta as massas de ar através da diferença de pressão, dos campos de pressão. Quando a atmosfera se adapta, é a situação do clima de um mês para outro”, explica.

E todo este calor, por mais que chova, também tem explicação: “O oceano está mais aquecido e ele tem propagado o calor para o continente. O calor fica preso na atmosfera, simulando o efeito estufa, as nuvens não deixam o calor escapar. Por isso a sensação térmica é de abafado”.

A tarde da última segunda-feira (02), não foi das mais bonitas. Céu nublado e uma chuva constante, que começou ainda no fim de semana. Foi grande o sofrimento para muita gente.

No bairro dos Estados, em Camaragibe, na Região Metropolitana, uma barreira deslizou e atingiu uma casa. Lídia Almeida da Silva, de 21 anos, que dormia em um dos quartos da casa, ficou debaixo dos escombros e não resistiu aos ferimentos.

O irmão dela, Eduardo Vieira Rodrigues, de 19 anos, sofreu ferimentos leves. As paredes da casa apresentam rachaduras e ainda há risco de desmoronamento.

Também na Região Metropolitana, no Cabo de Santo Agostinho, três pessoas ficaram levemente feridas depois que uma barreira deslizou na manhã de domingo, no Alto do Miranda. A casa onde a família estava ficou destruída. As casas vizinhas estão em situação de risco.

Em Olinda, a PE-15, no bairro de Ouro Preto, ficou alagada. O canal dos Bultrins transbordou e a água chegou até a Avenida Carlos de Lima Cavalcante, uma das principais da cidade.

No Recife, a chuva também provocou transtornos na Cidade universitária. A BR- 101 ficou alagada em frente ao Hospital das Clínicas. Na Avenida Recife, muitos sinais quebraram, provocando um grande engarrafamento na via.