sábado, 12 de março de 2011

Pernambuco

Câmara de Moreno vira alvo de investigação da polícia

Porteiro de escola denuncia que seu nome era usado como funcionário fantasma para receber um salário de R$ 3,5 mil.A Câmara de Vereadores de Moreno, na Região Metropolitana, se tornou alvo de uma investigação da polícia após denúncias de pagamento a funcionário fantasma. O porteiro de uma escola pública só descobriu que estava na lista de pagamento porque teve um benefício da família cortado pelo INSS.
 
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Adriano André Rodrigues (foto 1), de 35 anos, mora numa casa simples em Bonança, distrito de Moreno. Ele tem só uma filha, Adriele, com problemas cardíacos desde que nasceu. A menina já fez cirurgia no Recife, mas precisa de cuidados constantes. O laudo médico encaminhou Adriele para perícia no INSS, que deu parecer favorável à concessão de um auxílio para tratamento da doença. Tudo certo e documentado, sendo que o dinheiro não saiu.

O INSS alegou que Adriano não poderia ser incluído no benefício porque possui um vínculo empregatício com a Câmara de Vereadores de Moreno com um salário de R$ 3,5 mil. Desesperado, ele mostra o contracheque do único salário que recebe, como porteiro desta escola municipal, com um valor de R$ 510 reais. Ele prestou queixa junto à Delegacia de Moreno e também na Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos. "Nunca trabalhei na Câmara. Nunca. De maneira nenhuma. Nem fiz nenhum tipo de serviço. Meu trabalho é na escola Gerson Carneiro da Silva, onde eu sou serviços gerais", explicou o porteiro.

A equipe da Globo Nordeste procurou a Câmara, mas de acordo com os vereadores, nunca houve nem há na folha de funcionários ninguém com o nome de Adriano André Rodrigues. Portanto, não poderia haver nem vínculo nem pagamento de qualquer espécie.

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O presidente da Câmara, Pedro Mesquita (foto 2), explicou que são 45 funcionários, com salários entre R$ 750 e R$ 2,5 mil. Ele disse ainda que nem conhece Adriano e que mandou um ofício à gerência do inss pedindo esclarecimento sobre a informação que foi divulgada.

"Quem tem que passar informação e quem transmitiu isso para o INSS é quem a gente tem que descobrir. E não quem recebeu, porque ninguém recebeu esse dinheiro aqui. Porque da folha da Câmara não saiu esse dinheiro", disse Pedro Mesquita.

De acordo com a delegada Cláudia de Freitas, a polícia tem 30 dias para investigar o caso. “O prazo legal é de 30 dias, mas isso, se não for possível podemos solicitar a ampliação do prazo e normalmente nós conseguimos.”
Por meio de uma nota, o INSS informou que está apurando o caso para poder se pronunciar.